Em tempos de crise, mais do que nunca, quem manda é o caixa

Parece óbvio, mas não é para todo mundo.

Quando a demanda se retrai, o faturamento cai e os recebimentos diminuem, é fundamental agir rápido para fechar as torneiras dos gastos e alongar pagamentos.

Aqui reside o diferencial de quem sobrevive e se adapta à nova realidade dos negócios.

Numa crise como essa que estamos vivendo, não há como não estimar uma queda média na casa de, no mínimo, 20% no volume de negócios. É lógico que há casos em que esta queda será bem maior, por paralisação quase total das atividades. E algumas poucas categorias conseguirão manter-se acima disso.

Quanto mais rápido você cortar, pelo menos, cerca de 20% dos seus gastos fixos, mais preparada sua empresa vai estar numa retomada. Aqui não falo em suspensão ou adiamento de pagamentos. Não dá para ficar esperando o que vai acontecer. Tem que cortar de vez uma parte importante dos gastos.

O caixa é soberano. Afinal, quanto mais longa a parada, mais longa a retomada.

Após esta ação, vale examinar as soluções que o governo oferece para suspensão de contratos de trabalho, redução de jornadas etc. Mas olhar para isso antes do corte inicial, pode lhe deixar com um compromisso difícil de assumir no futuro, pois esses benefícios do Estado exigem suas contrapartidas, em termos de estabilidade para os empregados.

Se você tem financiamentos e compras parceladas, é o momento de alongar os pagamentos mensais. Renegocie e busque diminuir a PMT (prestação), de modo a evitar um impacto maior no caixa.

Contratos também precisam ser renegociados e alguns suspensos ou cancelados.

A velocidade das ações é que fará toda a diferença.

E na linha dos recebimentos, é hora de usar a máxima: quem cobra primeiro, recebe primeiro.

Se você tem um contas a receber de clientes, planeje concessões para quem pagar antecipado.

Se você fez o dever de casa e dispõe de uma base de dados atualizada de seus clientes, e o seu negócio está fechado momentaneamente, é hora de convocar aqueles que são promotores de seus produtos/serviços. Que tal criar sua própria “moeda”, sob a forma de voucher, conclamando-os a colaborar com uma receita antecipada que poderá ser utilizada na retomada dos negócios?

Que tal, também, aproveitar esta crise para fazer as coisas de modo diferente? Muitas pessoas que faziam serviços presenciais, estão aproveitando o momento para trazer toda a sua clientela para o formato online. Estão sendo mais produtivos e mais rentáveis. Médicos, psicólogos, coaches, professores etc.

E se o seu cliente não pode vir até você, encontre rapidamente uma forma de ir até ele. Muitos cabeleireiros, por exemplo, já encontraram soluções para manterem e até aumentarem seus ganhos. Além, é claro, da excelente oportunidade que estamos tendo de implementar soluções de comércio eletrônico e delivery que irão permanecer no período pós-pandemia. É hora de largar na frente e se tornar referência nesta área tão carente de serviços confiáveis de entrega.

Criatividade e agilidade são a chave do sucesso em tempos de crise.

Mas, e você: o que tem feito para seu negócio avançar mesmo em momentos difíceis?

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